13/01/04

'Bora isolar os gajos

Soube que, aqui há uns dias, uns portugas castiços e zelosos em relação à integridade territorial da nação, ofereceram à noiva de S. A. Príncipe Felipe das Astúrias, um livro sobre a questão de Olivença. Para começar, eu acho que não é coisa que se ofereça a uma noiva. A uma noiva real, mais até do que a uma amante, não se oferecem livros. Ramos de laranjeira sim. Fica sempre bem. Isso sabia Manuel Godoy que de Olivença levou laranjas à sua amante régia, D. María Luisa de Parma, esposa de Carlos IV, que as há-de ter apreciado bem mais do que a pobre Letizia Ortiz apreciou o calhamaço.
Além disso, não será com livros, vos garanto, que os tugas hão-de reaver Olivença. Proponho que se faça como o Príncipe da Paz em 1801: guerra. Para começar, um bloqueiozito. Fecham-se as fronteiras e isolamos os gajos. É certo que esta coisa dos bloqueios não tem dado grandes resultados. Não mata, mas atormenta. Olha o Fidel! 'Bora lá então encerrar Vilar Formoso, o Caia e Vila Real de Santo António. Não passa ninguém! Nem mais uma posta de bacalhau ou uma saqueta de café Delta entrará no reino de Espanha! Eles hão-de quebrar. Quando o isolamento começar a produzir efeitos, teremos então a alegria de ver o Aznar no Terreiro do Paço com as chaves de Olivença numa bandeja de prata!

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