02/10/07

Quinta Grande Vaca de Fundo Para Que O Xeco Volte, por Mangas

Lembro-me perfeitamente que a primeira vez que fui a um jantar da Confraria, Lampreia em Montemor, no dia seguinte, ao almoço com a minha família, contei resumidamente como tinha corrido a noite e disse que vos achava a todos uns loucos divertidos para tornar a coisa menos censurável aos olhos da minha querida mãe. A minha irmã perguntou-me se, afinal de contas, eu já fazia parte da Confraria e eu respondi-lhe que antes teria de dar provas de o merecer.

Posteriormente, e após cada expedição em que participei, não foram muitas confesso, mas as bastantes para sentir que tocava de perto uma coisa sagrada e especial, regressava sempre a casa com a noção clara do quanto me sentia privilegiado por ter, com todos vós, estabelecido uma relação de convívio que começava a ganhar contornos de algo parecido com amizade como eu a vejo - somos quem somos, respeitados e aceites como tal, a marrar com o que está ao lado ou a dar-lhe um abraço, o que interessa é sentir que fazemos parte da mesma tribo, da mesma irmandade e há algo que possuímos e mais ninguém possui: nós próprios.

Quando finalmente entrei de corpo inteiro na Confraria, no memorável Leitão do Bolho, talvez vocês não tivessem reparado, mas senti que devia ser um gajo um pouco mais interessante, um pouco mais importante do que a restante população que não pertence à Real Sponto do Tinto. Achava eu que, talvez não tivesse bastado ter cumprido os requisitos. Achava eu que talvez tivesse sido decisivo ter mostrado algo mais, algo que não vem num “Dogmário Para Mil Anos” nem em nenhuma alínea da Constituição. Algo que me tivesse feito convergir para o espírito que presidiu à fundação da coisa, à ideia de juntar uns amigos a uma mesa a pretexto de uns bons tintos. E ainda acho.

Serei talvez o mais novo Confrade de entre todos vós, se calhar aquele que menos legitimidade tem em tecer comentários ou reflexões nostálgicas. Contudo, não posso esquecer o direito que tenho em me sentir FODIDO com esta salganhada toda com o rumo que as coisas parecem tomar. Não pretendo impor a ninguém a minha opinião, mas não abdico de a manifestar. Não interessa saber quem falhou, se é que falhou, que voltas e revoltas deu o fio à meada até virmos parar aqui. Interessa isso sim, na minha modesta opinião, resolver a situação quanto antes e chegarmos a um consenso ou a uma decisão democrática. Penso que é notório que a alternativa mais escorreita será fazer uma nova VAGA DE FUNDO para o REGRESSO do XEKO, a qual inicio aqui e desde já: Xeko, volta, sou eu que te peço! Juízo!! Atinem!!

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